quinta-feira, 6 de setembro de 2012

INVESTIGAÇÕES


Há quase um ano da morte do travesti Fogão surgem mais dois suspeitos  de participarem do violento homicídio  


Na manhã desta última sexta-feira, 31/08, a delegada Dra. Adriene Lopes, que está investigando o caso, concedeu entrevista à Tribuna do Carmo para falar sobre alguns fatos novos que surgiram durante as investigações.
Segundo ela, Tiago Pinto, em um novo depoimento na delegacia, assumiu que as duas facas encontradas na cena do crime são de sua casa, mas que ambas foram emprestadas para outras duas pessoas, cujos nomes seguem em segredo de justiça para não atrapalhar as investigações. Estas facas seriam usadas para cortar um tablete de maconha que estava enterrado no local.
Ainda segundo Dra. Adriene,  Tiago Reis também prestou um novo depoimento na delegacia de Carmo da Mata. E, neste outro depoimento, ele apresentou uma nova versão do crime, divergindo com a primeira apresentada. “O caso está sendo investigado com muito critério e empenho. Pude apurar que estamos com mais dois suspeitos que foram apontados por Tiago Pinto. Estamos com novas provas anexadas ao inquérito, no qual temos, também, os depoimentos contraditórios concedidos pelos suspeitos”, disse a delegada.
Finalizando, Dra. Adriene disse que espera concluir o inquérito até o final deste ano.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 24/10/2011, data em que o travesti Adilson Ferreira Rodrigues, de 41 anos, o conhecido “Fogão”, foi encontrado morto, por volta das 07 horas da manhã, no poliesportivo em construção, localizado na Rua Antônio Corrêa Vaz.
O corpo de Fogão estava com a cabeça fraturada, todo ensanguentado, com o rosto desfigurado,  perfurações no pescoço, nas costas e no lado esquerdo do rosto; no ombro e no braço havia um corte profundo. Quando encontrada, a vítima já se encontrava sem vida.
Ao lado do corpo, a Polícia Militar encontrou duas facas tipo serrinha de mesa, um preservativo usado e um aparelho da marca Nokia, com as últimas ligações recebidas de diversos números, além de uma mensagem de texto.
No mesmo dia do crime, a PM recebeu diversos telefonemas informando que Tiago Augusto de Oliveira Reis e Tiago Augusto Rodrigues Pinto ficaram com a vítima até a madrugada, próximos ao Quiosque da Jane. Ambos foram levados até a delegacia de polícia para prestarem esclarecimentos. Tiago Reis falou ao delegado Hamilton da Silva Ferreira, que estava respondendo pela delegacia à época, que Fogão o chamara para fazer um programa, mas não o fez por não ter preservativo, praticando com ele apenas “sexo oral”, ali na Praça Presidente Vargas, próximo à Prefeitura Municipal e, em seguida, foi para casa dormir. Ele relatou que seu contato com a vítima foi de aproximadamente 20 minutos. Tiago Reis disse ainda que nunca teve outro contato com Fogão, que o conhecia só de vista e que está disposto a contribuir com as investigações.
Já Tiago Pinto disse, em seu depoimento, que só tomou conhecimento da perda de seu aparelho celular quando a polícia chegou em sua casa, que estava dormindo até aquela hora e que jamais teve algum contato com Fogão. Tiago também alegou que esteve no Quiosque da Jane com uma turma de amigos, mas que a vítima não estava com os mesmos e nem chegou perto deles.
Na época do crime, o delegado pediu a prisão temporária dos suspeitos, e, hoje, Tiago Reis encontra-se em liberdade e Tiago Pinto encontra-se, ainda, no Centro de Reintegração Beija-Flor em Oliveira.
Com reportagem de Hérica Viotti

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