quarta-feira, 27 de março de 2013

TOLERAR SE APRENDE TOLERANDO (OU DE COMO A SOCIEDADE PODE SER AGRADÁVEL PARA TODOS)

   
Tolerância: disposição para admitir nos outros modos de pensar, de agir, de sentir diferentes dos nossos, de acordo com verbetes de dicionários. Tolerância é sinônimo de contemporização, de transigência, de indulgência. A tolerância é uma virtude, quer dizer, um traço positivo do caráter.
    Há frases célebres sobre ela, como esta, de Mahatma Gandhi: “A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.” e “Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.”de Khalil Gibran. A tolerância também já foi tema de muitas obras ao longo dos tempos, como o clássico “Da Tolerância” de Voltaire.
    Assunto recorrente, pertine à natureza humana. Toleramos quando racionalizamos a relação com o outro, pelos mais variados motivos, seja por interesse, seja por conveniência, seja por ética. Fato é que o ato de tolerar consiste numa atitude de abertura de espírito para que algo mais além do egoístico seja alcançado. Por instinto, o ser humano, como qualquer outro animal, tende a rechaçar o que lhe é diferente por considerar que possa representar uma ameaça. Logo, surge a possibilidade do conflito. Porém, superada a percepção meramente instintiva, racionalizando o que é percebido, pode-se alcançar a superação do estranhamento, eliminando o pré-conceito gerador da discriminação original, logo, abrindo a possibilidade de análise flexível das coisas.
    De um outro ponto de vista, pode-se dizer que gostamos ou desgostamos de algo ou de alguém (o que não exclui a análise anterior). Esse gostar também é resultado do que se percebe como igual ou diferente. Gosta-se do que se entende como igual a si; desgosta-se do que não é igual ou parecido. Embora até se diga que os diferentes se atraem e até se complementam, os conflitos sociais surgem dessa maneira de existir e coexistir dos indivíduos. Isso significa que quanto mais narcísica uma sociedade, mais excludente tenderá a ser, salvo se for suficientemente civilizada para compreender o sentido das diferenças quaisquer que sejam elas: de cor, idéias, preferências, etc.
    O ser humano é diferente por natureza (uns são brancos, outros, negros; uns são homens, outros, mulheres, e assim por diante). Mas, se a diferença é natural, a desigualdade é um dado cultural, ou seja, do grupo social que, ao conceber idéias sobre as coisas, cria distinções que a natureza não traz e segrega, discrimina.
    Quando um grupo social é educado para compreender tais fatores, tende a ser cooperativo, harmônico, enfim, solidário e, portanto, equilibrado. A educação para a tolerância é realizada pela família, pela escola, pela religião e por todos os demais agentes sociais, pois é um ato de civilizar que se dá  na convivência entre as pessoas que, por se perceberem todas como humanas, aprendem a ser respeitosas. O traço de união que gera a tolerância é o elemento da humanidade. Todos os humanos são iguais. Assim sendo, se não somos obrigados a gostar de tudo e de todos, temos por dever tolerar o que é diferente.     As leis internacionais já afirmam o direito à paz para os povos e as Constituições dos países em sua maioria já garantem o direito à igualdade designando por crime atos que impliquem em discriminação por raça, cor, credo, crença, origem, gênero, pensamento, enfim, toda e qualquer forma de discriminação.
    A tolerância, portanto, é um dever ético, moral e jurídico de toda pessoa, a ser praticado cotidianamente, pois consiste em pacificar, em buscar solução positiva para a convivência entre as pessoas, pois toda e qualquer pessoa tem direito à igualdade (estar na sociedade), à liberdade (de ser o que é) e à dignidade (ser respeitada na sua diferença).

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